Amigos e colegas insistem em saber do meu parecer sobre acontecimentos do mundo oficial. Realizou-se em Londres, uma reunião do chamado G-20, em razão da crise econômica que o mundo atravessa. Essa reunião, dentre outros, reuniu nosso Presidente, o Presidente dos EE.UU, o Presidente da Itália e como não poderia deixar de ser a Anfitriã Rainha Elizabeth. Foi justamente em, torno desses personagens que chegaram a mim comentários e pedidos de explicações o que muito me alegra.
Para uma fotografia o G-20, haviam posicionado o presidente Lula no lugar de honra, ao lado da Rainha. A imprensa divulgou que essa posição lhe havia sido dada por ser nosso Presidente, o mais antigo Chefe de Estado no poder. Como o uso do cachimbo faz a boca torta, contestei de pronto. Eu não conhecia esse critério. Gentilmente, em decorrência, recebi um recorte de 7 de abril do corrente, com um artigo, “Afrouxar ou não afrouxar” do Jornalista e Economista Celso Ming, onde esse assunto da posição do Presidente Lula foi contestada. O ilustre jornalista, não adianta, no entanto, qual critério seguido pra ter próximos da Rainha Lula e Obama.
Na conferência de Viena de 1815, os países ali reunidos, haviam acordado que a precedência em reuniões dos Chefes de Estado seria em razão da ordem de chegada dos mesmos ao local do encontro a cidade da reunião. Esse, entendo foi o critério seguido. Uma ex-aluna da qual me orgulho, contou-me por telefone que havia sido entrevistada pela “Veja on Line”, sobre uma cerimoniosa troca de abraços entre a Rainha e a Primeira Dama dos EE.UU. Procedimento iniciado pela Senhora Obama. A respeito, minha colega, atribuiu o fato a descontração que hoje se procura em reuniões de cúpula, sendo, portanto, sinal dos tempos atuais. Minha querida colega interpretara corretamente a situação. Eu acrescentaria que foi um ato espontâneo e emocional.
É preciso, no entanto que sejam feitas algumas considerações sobre o fato que em si tem facetas diferentes no contexto.
Numa pretensa posição de conselheiro dos EE.UU eu teria recomendado que a situação fosse levada exatamente como ocorreu. Certamente comentariam que a Senhora Obama não fora suficientemente preparada para a situação. E ainda mais, a primeira Dama era uma criatura inteiramente estranha ao meio. Entendo que tudo isso compensaria, como compensou para traduzir uma situação de igual para igual, favorecendo os EE.UU nesse momento presenciada pelo mundo.
No entanto, como profissional de Protocolo, minha posição é simplesmente contrária. Disseram que a Rainha correspondeu no ato. Lógico, essa era a atitude correta para não criar constrangimentos. A história do protocolo na Inglaterra tem alguns episódios similares e entendo que na Inglaterra as coisas continuam as mesmas.
Desejaria ainda, a respeito, considerar que, se a iniciativa do abraço tivesse sido da rainha, a situação estaria absolutamente certa dentro do clima de descontração que atualmente se procura. As concessões cabem sempre à pessoa de maior status. Não discuto o título da Rainha, considero que seu “status” era o maior por ser ela a ANFITRIÃ.
Finalmente contaram-me dos gritos do “OBAMA”, “Obama” do presidente Berlusconi que receberam da Rainha uma discreta reprimenda. Esse ato merece comentário por estar fora do Protocolo.
Nelson Speers
Sarapuí 15/04/2009
Sarapuí 15/04/2009
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