Participei do planejamento e execução do cerimonial da VI Conferência Internacional de Educação de Adultos – CONFITEA, evento promovido pela UNESCO com a participação de 172 delegações estrangeiras, que aconteceu em Belém do Pará, em dezembro de 2009. Este evento só acontece a cada 12 anos e é a primeira vez que se realiza em um país do hemisfério Sul.
Neste evento, algumas situações interessantes, no que diz respeito a protocolo, aconteceram além de muitas curiosidades, haja visto que tínhamos representantes do mundo inteiro no mesmo local.
A primeira coisa foi à montagem da mesa oficial, pois o evento tinha seu próprio protocolo e era internacional. A proposta da mesa repassada pelo Itamaraty em ordem de precedência foi a seguinte:
- Senhor Walter Hierche, Presidente da V CONFITEA (observem que o evento era a VI CONFITEA);
- Sra. Irina Bokova, Diretora Geral da UNESCO (promotora do evento);
- Sra. Ana Júlia Carepa, Governadora do Estado do Pará;
- Sua Alteza Real Princesa Laurentien, dos Países Baixos, representante especial para alfabetização para o desenvolvimento da UNESCO;
- Sr Fernando Haddad, Ministro da Educação;
- Sr Alpha Oumar Konaré, ex-presidente do Mali, Ex-presidente da União Africana e fundador dos Estados Unidos da África.
- Sr. Adama Ouame, Secretário Geral da CONFITEA;
- Sr. Mattar Baldeh e Sra. Maria Almazan Khan, representantes sociedade civil da campanha global para a alfabetização.
Reparem que mesmo tendo uma princesa na mesa, com prerrogativas de Chefe de Estado, a mesma passou depois da Governadora. Outra curiosidade nesta questão de protocolo, é que o governo brasileiro concedeu prerrogativas de Chefe de Estado ao Sr Konaré, mesmo ele sendo Ex-Presidente e não exercer nenhum cargo público.
- Senhor Walter Hierche, Presidente da V CONFITEA (observem que o evento era a VI CONFITEA);
- Sra. Irina Bokova, Diretora Geral da UNESCO (promotora do evento);
- Sra. Ana Júlia Carepa, Governadora do Estado do Pará;
- Sua Alteza Real Princesa Laurentien, dos Países Baixos, representante especial para alfabetização para o desenvolvimento da UNESCO;
- Sr Fernando Haddad, Ministro da Educação;
- Sr Alpha Oumar Konaré, ex-presidente do Mali, Ex-presidente da União Africana e fundador dos Estados Unidos da África.
- Sr. Adama Ouame, Secretário Geral da CONFITEA;
- Sr. Mattar Baldeh e Sra. Maria Almazan Khan, representantes sociedade civil da campanha global para a alfabetização.
Reparem que mesmo tendo uma princesa na mesa, com prerrogativas de Chefe de Estado, a mesma passou depois da Governadora. Outra curiosidade nesta questão de protocolo, é que o governo brasileiro concedeu prerrogativas de Chefe de Estado ao Sr Konaré, mesmo ele sendo Ex-Presidente e não exercer nenhum cargo público.
Quanto aos pronunciamentos, foi a seguinte ordem:
- Senhor Walter Hierche, Presidente da V CONFITEA (observem que o evento era a VI CONFITEA);
- Sr Fernando Haddad, Ministro da Educação;
- Sra. Irina Bokova, Diretora Geral da UNESCO (promotora do evento);
- Sr. Mattar Baldeh e Sra. Maria Almazan Khan, representantes sociedade civil da campanha global para a alfabetização.
- Sr Alpha Oumar Konaré, ex-presidente do Mali, Ex-presidente da União Africana e fundador dos Estados Unidos da África.
- Sua Alteza Real Princesa Laurentien, dos Países Baixos, representante especial para alfabetização para o desenvolvimento da UNESCO;
- Sra. Ana Júlia Carepa, Governadora do Estado do Pará;
O pronunciamento por último da Governadora foi uma cortesia da UNESCO depois de uma reunião acalorada, mesmo sabendo que pelo nosso protocolo a Princesa, como maior autoridade à mesa, deveria encerrar os pronunciamentos.
- Sr Fernando Haddad, Ministro da Educação;
- Sra. Irina Bokova, Diretora Geral da UNESCO (promotora do evento);
- Sr. Mattar Baldeh e Sra. Maria Almazan Khan, representantes sociedade civil da campanha global para a alfabetização.
- Sr Alpha Oumar Konaré, ex-presidente do Mali, Ex-presidente da União Africana e fundador dos Estados Unidos da África.
- Sua Alteza Real Princesa Laurentien, dos Países Baixos, representante especial para alfabetização para o desenvolvimento da UNESCO;
- Sra. Ana Júlia Carepa, Governadora do Estado do Pará;
O pronunciamento por último da Governadora foi uma cortesia da UNESCO depois de uma reunião acalorada, mesmo sabendo que pelo nosso protocolo a Princesa, como maior autoridade à mesa, deveria encerrar os pronunciamentos.
Ai vem o aprendizado: no meio internacional vale as prerrogativas inerentes do cargo, mas o bom senso prevalece sempre e observei no evento que a questão da vaidade, de fazer valer uma posição de hierarquia, não tem o mesmo peso que as autoridades brasileiras pedem para si.
CURIOSIDADES DA CONFITEA
- Os horários eram seguidos a risca. Havia um cronômetro voltado para a platéia e quando um expositor extrapolava seu tempo, entrava uma música por alguns segundos. Detalhe: eles escolheram um pequeno trecho de um tecnobrega para avisar que o tempo havia acabado.
- Para chamar a atenção dos participantes, o presidente da mesa deveria usar um pequeno martelo que a organização do evento esqueceu. Ai foi providenciado um martelo de madeira de bater bife, destes que usamos em nossa casa. No segundo dia o mesmo foi substituído por outro de madeira.
- Quase aconteceu um incidente diplomático. A arrumação das delegações em mesas com seis pessoas, duas para cada país, é em ordem alfabética no idioma onde estiver sendo realizada a cerimônia. Esqueceram de Aruba e eles foram colocados no final do salão. Reclamaram mas não teve jeito.
- A conferência da Senadora Marina Silva foi muito bem recebida pelos participantes, ao ponto de ser aplaudida de pé e quando seu tempo terminou e o Ministro Fernando Haddad, que presidia a mesa, lhe concedeu mais um tempo, ela comentou que fazia juz ao mesmo devido a quatro características suas: era mulher, política, professora e latina. A platéia foi ao delírio.
- Durante as sessões plenárias, não se ouvia conversas paralelas e nem gente passeando pelo auditório. Todos ficavam atentos ao que estava sendo exposto e quando queriam faziam sua intervenção, usavam o microfone disponível em cada mesa.
- A necessidade de conhecer outra língua é fundamental neste mundo globalizado. Verifiquei que mesmo países do chamado terceiro mundo e pobres, seus delegados falavam mais de três línguas, sem incluir a pátria. E entre nós, quem domina uma língua se acha bem no mercado.
- Está comprovado: Belém não está preparada para receber eventos deste porte, pois temos carência de mão-de-obra qualificada. Foi um sufoco para achar mais de 100 recepcionistas bilíngües. A saída foi recrutar alunos e professores nas universidades e cursinhos de línguas, que embora dominassem línguas, não tinham a menor noção de eventos e de como se portar frente a uma autoridade estrangeira. A empresa de eventos que foi licitada em Brasília não tinha experiência neste tipo de evento e nem em relacionamento pessoal. As reclamações foram muitas. Tai um excelente nicho de mercado inexplorado.
- Para chamar a atenção dos participantes, o presidente da mesa deveria usar um pequeno martelo que a organização do evento esqueceu. Ai foi providenciado um martelo de madeira de bater bife, destes que usamos em nossa casa. No segundo dia o mesmo foi substituído por outro de madeira.
- Quase aconteceu um incidente diplomático. A arrumação das delegações em mesas com seis pessoas, duas para cada país, é em ordem alfabética no idioma onde estiver sendo realizada a cerimônia. Esqueceram de Aruba e eles foram colocados no final do salão. Reclamaram mas não teve jeito.
- A conferência da Senadora Marina Silva foi muito bem recebida pelos participantes, ao ponto de ser aplaudida de pé e quando seu tempo terminou e o Ministro Fernando Haddad, que presidia a mesa, lhe concedeu mais um tempo, ela comentou que fazia juz ao mesmo devido a quatro características suas: era mulher, política, professora e latina. A platéia foi ao delírio.
- Durante as sessões plenárias, não se ouvia conversas paralelas e nem gente passeando pelo auditório. Todos ficavam atentos ao que estava sendo exposto e quando queriam faziam sua intervenção, usavam o microfone disponível em cada mesa.
- A necessidade de conhecer outra língua é fundamental neste mundo globalizado. Verifiquei que mesmo países do chamado terceiro mundo e pobres, seus delegados falavam mais de três línguas, sem incluir a pátria. E entre nós, quem domina uma língua se acha bem no mercado.
- Está comprovado: Belém não está preparada para receber eventos deste porte, pois temos carência de mão-de-obra qualificada. Foi um sufoco para achar mais de 100 recepcionistas bilíngües. A saída foi recrutar alunos e professores nas universidades e cursinhos de línguas, que embora dominassem línguas, não tinham a menor noção de eventos e de como se portar frente a uma autoridade estrangeira. A empresa de eventos que foi licitada em Brasília não tinha experiência neste tipo de evento e nem em relacionamento pessoal. As reclamações foram muitas. Tai um excelente nicho de mercado inexplorado.
- Outra curiosidade: nos intervalos todos os participantes das delegações deixavam seus pertences nos devidos lugares, tipo computadores pessoais, bolsas, sacolas e ninguém mexia. Fantástico.