Augusto Cesar

- Tenho MBA em Cerimonial e Protocolo em Eventos Institucionais; - Sou Chefe do Cerimonial da UFRA e da UEPA; - Sou professor da UEPA nas disciplinas Etiqueta e Planejamento, Organização e Execução de Cerimonial de Eventos; - Sou professor do IFPA-Bragança nas disciplinas Layout de Eventos, Etiqueta, Cerimonial e Protocolo, Captação e Patrocínio em Eventos; - Sou professor da ESAMAZ nas disciplinas Planejamento de Eventos I e II para o curso de Turismo; - Trabalhei no planejamento, organização, coordenação e execução das solenidades de transmissão de cargo dos governadores Almir Gabriel e Simão Jatene. - Trabalhei nas gestões dos governadores Almir Gabriel e Simão Jatene, no planejamento, organização, coordenação e execução das visitas dos presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e do Primeiro-Ministro de Portugal a época Mário Soares à quando de suas visitas protocolares ao Estado do Pará; - Trabalhei no planejamento, organização, coordenação e execução das solenidades de outorga da Medalha da “Ordem do Mérito Grão Pará”, na gestão do governador Almir Gabriel. - Treinei e implantei o cerimonial das prefeituras municipais de Canaã dos Carajás e Santarém, além de treinar e reciclar a equipe do cerimonial da Prefeitura Municipal de Belém; - Participei no planejamento, organização, coordenação e execução da inauguração dos principais logradouros da cidade e do seu entorno como as pontes que compõem a Alça Viária iniciando pela “Fernando Henrique Cardoso” e inauguração da 13ª turbina da Usina de Tucurui (as duas com a presença do presidente Fernando Henrique Cardoso), Inauguração da Orla do Maçarico (Salinas), Instituto de Segurança Pública do Estado (IESP) em Marituba, Obras da Macro-drenagem da Bacia do Una, Estádio Olímpico do Pará (Mangueirão), Estação das Docas, Parque da Residência, Instituto de Gemas São José Liberto, Terminal de Passageiros do Aeroporto Internacional de Belém, Complexo Feliz Luzitânia (Igreja de Santo Alexandre, Forte do Castelo e Casa das Onze Janelas), enquanto Chefe, Subchefe e Mestre de Cerimônias do Cerimonial da Governadoria do Estado nas gestões dos governadores Almir Gabriel e Simão Jatene. - Coordenei o cerimonial do “Jogo das Estrelas” com os Amigos do Ronaldinho Gaúcho, realizado em Belém em 2008, no Estádio Olímpico do Pará, com a presença de 35 mil pessoas; - Sou orientador de TCC e de artigos científicos do curso de MBA em Cerimonial, Protocolo e Eventos Institucionais.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

DEZ MANCADAS QUE ARRASAM SUA CARREIRA






















Aqui vão algumas observações importantes sobre o que NÃO fazer para se dar bem.

Escolher o grupo errado


Entrar na empresa e logo se associar ao grupo dos que vivem reclamando e que não produzem muito. O momento é bom para exercitar a administração do tempo diante das novas funções, perguntar sobre prazos de conclusão de tarefas, tomar notas, pedir ajuda.



Fingir que o chefe não existe

Tem gente que age como se o chefe não existisse, principalmente quando ele é uma pessoa difícil. Mas a melhor atitude é enfrentá-lo, quer dizer, desarmá-lo, usando assertividade e bom humor. Vale também observar o que ele não gosta e tentar não fazer, mas cuidado para não parecer bajulador.


Assumir sempre a atitude de vítima
Todos trabalham sob grande stress e pressão. Por isso mesmo, você precisa ajustar sua atitude. Jamais seja vítima das circunstâncias. Analise as pessoas, o ambiente e a SUA atitude sob stress. Ponha seus instintos para funcionar e mapeia de onde e de quem podem vir problemas. Elabore uma estratégia para tentar evitá-los. Principalmente, controle seus comentários para não magoar pessoas. Com isso, fica mais fácil assumir seus próprios erros, quando eles ocorrerem.

Trabalhar sem objetivos

Todo bom profissional sabe que a motivação vem de dentro de si mesmo e que ela depende dos objetivos. Uma pessoa sem objetivos “carrega” o emprego nas costas, já que as tarefas mais rotineiras tornam-se pesadas e dia de trabalho, interminável. Não ter objetivos próprios que convirjam com os da empresa é uma mancada e tanto... pode acabar com carreiras promissoras. Por isso, esteja sempre atento e pergunte-se constantemente: ainda tenho o que fazer nesta empresa? Ainda posso almejar crescimento pessoal e profissional aqui? Em outro lugar teria mais chances? Não espere o trabalho ficar enfadonho para saber que é o momento de ir buscar novos desafios.


Expressar raiva e lidar com conflitos de maneira errada


Se você está com raiva de algum colega, não “estoure”. Nem vá descarregar em outra pessoa, ainda mais se for um subordinado. A época dos gritalhões já passou. Hoje, as empresas buscam equilíbrio e profissionais que saibam lidar com os conflitos de forma positiva. Se você está insatisfeito ou frustrado, converse com quem lhe causou esta frustração no momento mais adequado – isto é, quando você puder expressar seus sentimentos de maneira civilizada, para atingir o objetivo (resolver a mágoa, por exemplo). Sentimentos não são bons nem ruins. A maneira que escolhemos para expressa-los é que os tornam uma coisa ou outra. Aprenda a demonstrar o que sente de forma positiva, que não o prejudique.


Não entender a política do escritório

Dar-se bem no emprego também significa relacionar-se bem com as pessoas em volta. E, nesse campo, as regras são sempre sutis, não-escritas. Você precisa percebe-las pelos gestos, pelos comportamentos dos demais. E precisa comunicar-se adequadamente. Isto não significa “entrar na dança”, aceitar o ambiente como ele é, mas demonstrar claramente como você é respeitando o jeito de ser dos demais. Não se isole, não seja impaciente, não rompa as regras. Aceite para ser aceito.


Fugir das responsabilidades


Hoje em dia, a característica mais importante em um profissional é a iniciativa. Sabe por quê? Porque pessoas com iniciativa não precisam de outros para lhes dizer o que fazer. E não têm medo de correr riscos e arcar com responsabilidades. Assim, demonstre que você está apto a assumir novas funções dentro da empresa. Isto só vai contar ponto a seu favor.


Não saber dosar trabalho e lazer


Quem se mata de trabalhar a ponto de chegar à exaustão e ao stress não é um profissional dedicado. É uma pessoa em busca de equilíbrio que, por não saber dosar as energias, acaba se prejudicando justamente no trabalho. Por isso, aprenda a administrar sua vida, antes de saber como administrar procedimentos e problemas no escritório. Quem sabe curtir a vida e relaxar nas horas apropriadas volta ao batente com mais disposição e força para atingir as metas.

Parar de evoluir


Esta é a mancada mais comum nos últimos tempos. Parar de evoluir tem a ver com a maneira como você encara sua vida profissional: você tem uma carreira ou um emprego? Na primeira hipótese, você está sempre procurando a sua realização pessoal e sabe que ela não tem um fim; quando você atinge um objetivo, já aparecem outros para você conquistar e tais objetivos vão exigir uma evolução. No segundo caso, você tem um suporte financeiro para não morrer de fome. Nada mais. Então, não precisa ou não quer mudança. Só quer fazer o suficiente para garantir o salário no fim do mês. Em qual situação você se encontra? Se for estagnação, você vai ter de dar a volta por cima e dominá-la.
Abandonar os sonhos


Não esqueça seus sonhos de juventude. Recicle-os. Você queria mudar o mundo aos 18 anos? Por que não querer ainda aos 40, só que por outros meios e outros métodos mais aperfeiçoados pela experiência de vida acumulada. Esta “visão de futuro” vai ajudá-lo a manter-se motivado, não importa quantos o considerem maluco. Como dizia Raul Seixas, “misturando a maluquez com a lucidez”, você consegue manter-se firme nas horas de angústia.

BOAS MANEIRAS ABREM AS PORTAS DO MUNDO MODERNO


O garfo surgiu no final da Idade Média como utensílio para retirar alimentos da travessa comum. Não existiam, na época, pratos ou talheres de uso individual. "Cinco séculos se passariam antes que a estrutura das relações humanas mudasse o suficiente para que o uso desse utensílio atendesse a uma necessidade mais geral." Quem faz a afirmação é o sociólogo alemão Norbert Elias (nascido em 1897) nesse livro hoje reconhecido como clássico. Publicado pela primeira vez em alemão em 1939, mas fora da Alemanha, de onde o autor fora obrigado a fugir por causa do nazismo, só em 1979 foi traduzido para o inglês e só este ano lançado no Brasil.


O garfo passou a ser usado para comer a partir do século XVI, mas apenas nas classes altas. Um século depois, ainda era artigo de luxo, normalmente feito de prata ou ouro. As maneiras à mesa, de modo geral, incluindo o uso do garfo e de outros instrumentos para comer, atingiriam seu estágio mais refinado e complexo entre a aristocracia do século XVIII. Desde então as maneiras nada mais são do que variações de temas já elaborados naquele século e nos precedentes, segundo Elias. Mas o que efetivamente mudou? Para alguns, não se trata de grande coisa. Mudaram certos costumes em muitos séculos, e daí?


Não teria sentido descarregar tanta análise sociológica em cima de um tema tão frívolo - as boas maneiras. Mas, para Elias, a mudança dos pequenos costumes indica profunda transformação nas sociedades européias. Passa-se de uma época, a Idade Média, em que as proibições e controles são suaves, para outra, a Moderna, em que se impõem grandes restrições ao jogo de emoções. Para fisgar esta mudança, Elias lança mão de um método ao mesmo tempo profundamente simples, erudito e inteligente. Daí a beleza do livro. Em antigos tratados de boas maneiras o autor procura o que precisava ser ensinado, para descobrir o que não precisava mais ser dito nem ensinado com o passar dos séculos, pois os novos modos de comportamento já vinham sendo incorporados ao senso comum como um hábito natural.


Elias mostra como os autores dos livros de boas maneiras do início da época moderna se preocupavam em reprimir tipos de comportamento que hoje não precisam mais ser reprimidos, uma vez que já os reprimimos naturalmente. Na sociedade medieval, por exemplo, precisa-se instruir os adultos: "Uma pessoa não deve fungar nem estalar os lábios enquanto come. Nem cuspir de um lado a outro da mesa nem assoar-se na toalha (usada para limpar os dedos de gordura) ou nos dedos (que tocam a travessa de servir comum). Partilhar o mesmo prato ou travessa com outras pessoas é natural. O indivíduo deve apenas evitar cair sobre o prato de servir como se fosse um porco e devolver a comida mastigada à travessa comum".


Para nós, é pouco. Um europeu moderno que sentasse a uma mesa medieval onde os convidados seguissem esses conselhos dificilmente conseguiria evitar sentimentos de repulsa e nojo. Alguns talvez desmaiassem. Vomitar, por exemplo, não era considerado naquela época necessariamente um ato repugnante, desde que fosse feito com uma certa discrição. Os resultados da pesquisa de Elias não deixam de ser cômicos em alguns momentos, visto que as lições dos livros antigos são óbvias, quando não absurdas e surrealistas para a nossa sensibilidade moderna. Elias não vê progresso na modernização das maneiras, nem o que costumamos chamar civilização, usando a palavra como juízo de valor.


Ele relativiza estes conceitos, mostrando que a evolução do processo civilizatório resultou de uma dinâmica de classes em que certos grupos procuraram se distinguir socialmente de outros por meio do comportamento, e também da crescente individualização da mentalidade européia no período moderno, que torna nojentos os cheiros, ruídos e secreções emitidos pelos outros. O preço desse processo é alto: internalizamos uma repressão secular. Ao analisar a mudança dos hábitos do cotidiano em termos de transformações das sociedades e ao relativizar o conceito de civilização, Elias, na década de 30, antecipou-se a escritores pós-modernos como Michel Foucault e aos adeptos da Nova História na França. Com uma graça e uma simplicidade que têm algo de antigo.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

ABRAÇO DE MICHELLE OBAMA NA RAÍNHA É SINAL DOS TEMPOS

Ao passar o braço pelas costas da rainha Elizabeth II, da Grã-Bretanha, na semana passada, a primeira-dama americana, Michelle Obama, se tornou protagonista de uma suposta gafe que correu o mundo. Sim, suposta gafe. Na avaliação de uma especialista no assunto, Eliane Ubillús - vice-presidente do Comitê Nacional do Cerimonial Público (CNCP) e da Organização Internacional de Cerimonial e Protocolo (OICP), entidades que representam os profissionais da área de cerimonial -, o abraço não configurou quebra de protocolo ou sinal de despreparo da primeira-dama em relação à etiqueta da diplomacia. Foi, isso sim, uma consciente flexibilização das regras cerimoniais.


Para a especialista, Michelle mostrou personalidade, com uma atitude que evidencia a modernização do protocolo público, cada vez menos rígido. "É um sinal dos tempos", comenta Ubillús. Já a delicada retribuição por parte da rainha indicaria que ela compreendeu e apreciou o gesto, e também que deseja estreitar relações com os Estados Unidos. Outro exemplo de gesto com subtexto é o efusivo cumprimento que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu do colega americano, Barack Obama, no encontro do G-20. "Obama está querendo se fazer amigo e acalmar o Lula, que vem batendo forte nos países ricos." Leia a seguir a entrevista com a especialista.


VEJA.com - A mídia fez barulho por causa do abraço que a primeira-dama americana, Michelle Obama, deu na rainha Elizabeth. A rainha é intocável?

Eliane - No protocolo rígido britânico, a rainha não pode ser tocada. O contato físico tem que partir dela, e são raríssimas as vezes em que a rainha estende a mão a alguém. Creio que haja duas interpretações possíveis sobre o abraço dado por Michelle Obama. Uma é que a primeira-dama americana desconhecesse o protocolo, o que é difícil. Duvido que ela não tenha sido preparada para o encontro em Londres. Outra possibilidade, que eu considero a mais provável, é que ela tenha usado do abraço como uma forma de comunicação, uma maneira de dizer à rainha quem ela é e de onde vem. Michelle é dos Estados Unidos, uma nação com outros hábitos, ela não é súdita da monarquia britânica. Deve ter sido pela mesma razão que ela não flexionou os joelhos diante da rainha.


VEJA.com - Mas, afinal, houve quebra de protocolo no gesto de Michelle Obama?
Eliane - Não. Nesse sentido que proponho, o gesto de Michelle não deve ser entendido como uma quebra, mas sim como uma flexibilização do protocolo. O abraço dado por ela é o sinal dos tempos, que pedem costumes mais gentis e suaves, mais humanos. O cerimonial está mudando, os chefes de estado estão se despindo das regras engessadas e mostrando mais a sua cara. A rainha parece ter entendido e aceitado a atitude da primeira-dama americana. O fato de ela ter levado a mão à cintura de Michelle, em retribuição ao abraço, foi uma resposta delicada, que em sua linguagem cênica disse: 'Vamos buscar proximidade, nossos países podem ter uma relação mais estreita'. Além disso, a rainha também pode ter procurado mostrar que não é racista.


VEJA.com - Já o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, parece ter descontentado a rainha Elizabeth ao cumprimentar, em voz alta, o colega Obama após a foto do tipo álbum de família dos chefes de estado.
Eliane - Em encontros de chefes de estado como o da cúpula do G-20, na semana passada, não se pode falar alto. Não se pode chamar a atenção. É uma questão de respeito à soberania dos estados, regulamentada já em 1815 pela Convenção de Viena: nenhum país é maior que os outros, todos são soberanos, todos são iguais. A rainha certamente não gostou da postura do Berlusconi, que foi desrespeitosa. O Berlusconi tem dado demonstrações de péssima postura, talvez faça isso para chamar atenção.


VEJA.com - Seria uma espécie de marketing político, ainda que às avessas?
Eliane - É possível. O Berlusconi é uma das estrelas, uma das pérolas que temos hoje. Ao lado dele, estão outros como o venezuelano Hugo Chávez, com as suas bravatas, e a argentina Cristina Kirchner. Em evento internacional realizado em maio do ano passado, em Lima, ela se atrasou para a chamada foto de família [aquela em que parte dos chefes de estado aparece à frente, sentada, e o restante fica atrás, de pé]. Ficaram todos esperando por ela. Isso acaba fazendo parte do marketing político deles. O Berlusconi se tornou famoso por suas gafes. No último sábado, ele obstaculou o início da cúpula da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte], em Estrasburgo, na França, porque estava falando ao celular.


VEJA.com - E a abordagem calorosa que Lula recebeu de Obama na reunião do G-20, seria uma estratégia política do presidente americano?
Eliane - Com certeza. A fala do Obama, para mim, mostra que ele está querendo se fazer muito amigo do presidente Lula para que ele pare de bater nos países ricos como vem fazendo. É uma forma de ele ficar mais íntimo e, assim, amansar o Lula. Essa proximidade também pode garantir para os Estados Unidos que o Brasil seja seu aliado na América do Sul. Lula governa o principal país da região. Cumprimentos efusivos como o visto no encontro do G-20 são formas pacíficas de administrar o mundo.


VEJA.com - Quando você fala nas pancadas que Lula vem dando nos países ricos, você se refere à declaração de que a culpa da crise é de 'gente branca de olhos azuis', dada pelo presidente ao lado do primeiro-ministro britânico Gordon Brown?
Eliane -
Isso. Mas não acho que o Lula tenha agido mal na ocasião. A sua declaração foi uma atitude política. Eu acho que ele está querendo mostrar a soberania do Brasil, mesmo errando em deixar de ser tão gentil, como no caso dessa declaração. No momento, nós temos que mostrar a nossa soberania. Então, o cerimonial deve ser flexibilizado. Tem momentos em que o chefe de estado precisa ter uma postura mais forte.

G 20 - UM CONVÍVIO COM A LUPA DE OBSERVADORES


Amigos e colegas insistem em saber do meu parecer sobre acontecimentos do mundo oficial. Realizou-se em Londres, uma reunião do chamado G-20, em razão da crise econômica que o mundo atravessa. Essa reunião, dentre outros, reuniu nosso Presidente, o Presidente dos EE.UU, o Presidente da Itália e como não poderia deixar de ser a Anfitriã Rainha Elizabeth. Foi justamente em, torno desses personagens que chegaram a mim comentários e pedidos de explicações o que muito me alegra.


Para uma fotografia o G-20, haviam posicionado o presidente Lula no lugar de honra, ao lado da Rainha. A imprensa divulgou que essa posição lhe havia sido dada por ser nosso Presidente, o mais antigo Chefe de Estado no poder. Como o uso do cachimbo faz a boca torta, contestei de pronto. Eu não conhecia esse critério. Gentilmente, em decorrência, recebi um recorte de 7 de abril do corrente, com um artigo, “Afrouxar ou não afrouxar” do Jornalista e Economista Celso Ming, onde esse assunto da posição do Presidente Lula foi contestada. O ilustre jornalista, não adianta, no entanto, qual critério seguido pra ter próximos da Rainha Lula e Obama.


Na conferência de Viena de 1815, os países ali reunidos, haviam acordado que a precedência em reuniões dos Chefes de Estado seria em razão da ordem de chegada dos mesmos ao local do encontro a cidade da reunião. Esse, entendo foi o critério seguido. Uma ex-aluna da qual me orgulho, contou-me por telefone que havia sido entrevistada pela “Veja on Line”, sobre uma cerimoniosa troca de abraços entre a Rainha e a Primeira Dama dos EE.UU. Procedimento iniciado pela Senhora Obama. A respeito, minha colega, atribuiu o fato a descontração que hoje se procura em reuniões de cúpula, sendo, portanto, sinal dos tempos atuais. Minha querida colega interpretara corretamente a situação. Eu acrescentaria que foi um ato espontâneo e emocional.


É preciso, no entanto que sejam feitas algumas considerações sobre o fato que em si tem facetas diferentes no contexto.


Numa pretensa posição de conselheiro dos EE.UU eu teria recomendado que a situação fosse levada exatamente como ocorreu. Certamente comentariam que a Senhora Obama não fora suficientemente preparada para a situação. E ainda mais, a primeira Dama era uma criatura inteiramente estranha ao meio. Entendo que tudo isso compensaria, como compensou para traduzir uma situação de igual para igual, favorecendo os EE.UU nesse momento presenciada pelo mundo.


No entanto, como profissional de Protocolo, minha posição é simplesmente contrária. Disseram que a Rainha correspondeu no ato. Lógico, essa era a atitude correta para não criar constrangimentos. A história do protocolo na Inglaterra tem alguns episódios similares e entendo que na Inglaterra as coisas continuam as mesmas.


Desejaria ainda, a respeito, considerar que, se a iniciativa do abraço tivesse sido da rainha, a situação estaria absolutamente certa dentro do clima de descontração que atualmente se procura. As concessões cabem sempre à pessoa de maior status. Não discuto o título da Rainha, considero que seu “status” era o maior por ser ela a ANFITRIÃ.


Finalmente contaram-me dos gritos do “OBAMA”, “Obama” do presidente Berlusconi que receberam da Rainha uma discreta reprimenda. Esse ato merece comentário por estar fora do Protocolo.


Nelson Speers
Sarapuí 15/04/2009

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

UMA QUESTÃO DE PRECEDÊNCIA E PROTOCOLO

Tenho recebido questionamentos e algumas consultas sobre situações vividas por colegas quanto ao protocolo e ordem de precedência dentro de uma cerimônia. Selecionei as mais interessantes e de maior impacto e importância.

1 - No art. 20, do Dec. 70.274, diz que no caso da execução de um hino estrangeiro, este precederá o nacional por questão de cortesia. Isso quer dizer que nenhum outro hino (estadual, municipal ou similar) poderá preceder o Hino Nacional Brasileiro? Caso afirmativo, podemos adotar isso como regra baseado no tal artigo?
Na verdade devemos nos basear na própria Lei que regulamenta a utilização dos Símbolos Nacionais, mais especificamente no seu Artigo 25º, parágrafo terceiro, que diz rigorosamente o que você acabou de observar, e que por isso, foi incluído no decreto 70.274.
Tenho observado que alguns cerimonialistas concluem que se o Hino Nacional Brasileiro concede a precedência "por cortesia" a outro Hino é por que ele tem a precedência sobre os demais Hinos do nosso País. A precedência só se concede quando se tem.
Acreditamos então, que se os cerimonialistas seguirem essa lógica, estaremos adotando naturalmente, como regra, esta precedência.

2 - Na ordem de precedência, o Presidente do Congresso Nacional vem primeiro que o Presidente da Câmara dos Deputados, mas é esse que, na ausência do Presidente e do Vice-Presidente da República, assume o comando do país. Por quê?

Primeiro porque essa decisão está contida na nossa Carta Constitucional e a fundamentação dessa determinação Constitucional é a representatividade, pois o Presidente da Câmara se encontra em vantagem sobre o Presidente do Senado por razões de número de membros que o mesmo representa.

3 - Apesar do Decreto 5.700 e o 70.274 não fazerem nenhuma referência, existe algum dispositivo legal que me diga que se quiser executar um hino estadual (ou municipal) necessariamente tenha que executar antes o hino nacional? Procede?
Não, não existe, e se alguém quiser executar somente o hino do estado ou o do município nenhum recurso legal haverá para lhe punir.
A opção de se executar sempre o Hino Nacional junto a outro hino, é apenas uma questão de precedência. No entanto, tocar outro hino sozinho num evento que não seja o Hino Nacional deverá merecer certamente, uma análise aprofundada do contexto para que a escolha seja bem fundamentada.
4 – Tendo em vista o Decreto 70.274, sobre a Ordem Geral de Precedência, onde colocar a Procuradoria Geral de Justiça? Podemos colocá-la depois do Prefeito da capital? Estando presente os titulares dos poderes executivo, legislativo e judiciário, a Procuradoria pode vir logo após o TJE?

Considerando que a Procuradoria Geral de Justiça do Estado não está incluída no Decreto 70.274, comumente chamada por Ministério Público Estadual, entendemos que essa categoria de autoridades poderia fazer parte da relação do grupo 6 da Ordem de Precedência nas cerimônias oficiais de caráter Estadual. Isto, em razão de nesse mesmo grupo estar, a Procuradoria Geral da República no Estado, o TRE o TRT o TC e a Procuradoria Geral do Estado, que possuem precedência mais ou menos similar, considerando-se, no entanto, antes de tudo, a especificidade da Cerimônia.
Não podemos nos esquecer também que em alguns Estados encontramos imediatamente após, na precedência, a Procuradoria Geral da Defensoria Pública.
Importante observar que a Procuradoria Geral de Justiça não deveria ter precedência sobre os demais Tribunais em razão da época de sua criação, porém, em alguns Estados, por questões meramente políticas, o Ministério Público é chamado à mesa logo após TJ, como você mesmo sugeriu. Ficamos então entre os interesses políticos do anfitrião e a sensibilidade do Chefe do Cerimonial.
O seu exemplo dos três Poderes Estaduais seguidos pelo Prefeito da Capital e o Ministério Público Estadual, nos parece razoável. Só não sabemos se estarão presentes os demais Tribunais como TRE,TRT,TC,etc.., e quem é o anfitrião deste Evento, informação fundamental para nos sentirmos seguros com relação a um parecer sobre precedência.

5 - Gostaria de esclarecer a seguinte dúvida: o Hino Nacional, quando tocado por uma banda ou cantado em versão autorizada, deve ser aplaudido? Meu ponto de vista: quando tocado mecanicamente não se deve aplaudir, mas, quando executado por uma banda ou cantos ou ainda coral, os aplausos fazem jus.

A questão do aplauso para o Hino Nacional Brasileiro merece uma consideração mais didática, para que o cerimonialista possa entender o processo pelo qual passou o País com relação à utilização dos Símbolos Nacionais. Durante muitos anos no Brasil a educação cívica adotada sugeria o cumprimento rigoroso da Lei 5.700/71, que dispõe sobre a forma e apresentação dos Símbolos Nacionais. Com respeito à questão apresentada, o artigo 30 da mesma Lei diz:"Nas cerimônias de hasteamento ou arriamento, nas ocasiões em que a Bandeira se apresentar em marcha ou cortejo, assim como durante a execução do Hino Nacional, todos devem tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio, os civis do sexo masculino com a cabeça descoberta e os militares em continência, segundo os regulamentos das respectivas corporações." Parágrafo único.É vedada qualquer outra forma de saudação.
Acreditamos que este Parágrafo único tenha sido o causador de uma mensagem subliminar que sugeria, para os encarregados de zelar pelas manifestações cívicas, em épocas passadas, a seguinte determinação: "Não aplaudir a execução ou o canto do Hino Nacional.".
No entanto, com o transcorrer dos tempos, as manifestações cívicas passaram a ser cada vez mais espontâneas e, através dos jogos de futebol, primeiramente em grandes campeonatos e depois costumeiramente em todos os estádios, passamos a observar, numa atitude bem popular, os constantes aplausos que sucediam a execução dos Hinos Pátrios. Os conservadores reprovam e os mais modernos incentivavam este procedimento, sob a alegação de que não há na Lei, nada que signifique proibição, considerando que o aplauso é, também, uma forma respeitosa de homenagear o símbolo. Especialmente porque o mencionado parágrafo refere-se ao comportamento das pessoas durante a execução do Hino e não após a sua execução.